quinta-feira, 25 de março de 2010

Greve dos professores de SP: pelo direito de aprender, por emprego, salário e condições de trabalho

João Zafalão, de São Paulo (SP)*

• No dia 26 de fevereiro, o secretário de Educação de São Paulo, Paulo Renato de Souza, anunciou uma melhora vigorosa nos índices educacionais da rede pública paulista, que é o Índice de Desenvolvimento do Ensino no Estado de São Paulo (Idesp). Numa escala de zero a dez, os alunos do ensino fundamental I (1ª a 4ª série) apresentaram média 3,85. Os alunos do ciclo II (5ª a 8ª série) ficaram com média 2,83, e no ensino médio, a média é de 1,97. Essa suposta melhora vigorosa foi tratada corretamente por toda imprensa como pífia, pois a conclusão mais alarmante é que estudantes que concluem o ensino médio têm aprendizado equivalente a alunos da 8ª série.

A Escola pública paulista esteve, até o final da década de 1990, entre as sete melhores do país e hoje se encontra entre as sete piores. Vejamos o que ocorreu.

Até a década de 1990, as salas de aula tinham limite máximo de 35 alunos. Portanto, se uma escola tivesse 54 alunos matriculados no primeiro ano do colegial, hoje ensino médio, se formariam duas salas com 27 alunos cada. Atualmente, se constitui uma única sala com os 54 alunos.

Os professores recebiam um piso salarial referente a cinco salários mínimos, cerca de R$ 5.100 em valores atuais. Hoje, o piso por 40 horas do professor do ciclo I é de R$ 1.309,17. A maioria desses professores, no entanto, tem jornada de 30 horas (R$ 981,88) ou de 24 horas (R$ 785,50). Vários professores estão cumprindo jornada de 12 horas (R$ 392,75).

No caso dos professores de ensino fundamental II e ensino médio, o piso por 40 horas é de R$ 1.515,53. Para 30 horas, é de R$ 1.136,65; por 24 horas é de R$ 909,32; e por 12 horas é de R$ 454,66. Ou seja, houve uma redução de mais de 200% nos salários dos professores nesses últimos 20 anos, tendo como referência o salário mínimo.

Além da superlotação das salas de aula e do arrocho salarial, se instituiu a chamada progressão continuada, que nada mais é que uma promoção automática, pois o único critério para aprovação é a frequência escolar e não o aprendizado. Essa situação, combinada com a falta de perspectiva profissional para a juventude brasileira, torna a escola pública um barril de pólvora. Por isso a crescente onda de violência que passou a atingir o ambiente escolar.

Diante dessa deterioração das condições de trabalho e de salários, os professores chegam a cumprir jornadas de até 64 horas semanais em sala de aula (permitido por lei), tornando a profissão um fardo.

Com essa significativa piora da escola pública paulista, motivada por estas políticas dos sucessivos governos e diante da impossibilidade de esconder o drama social nas escolas públicas, o governo de José Serra (PSDB), tentando se isentar de sua responsabilidade, iniciou uma campanha para culpar os professores por essa crise. Faz uma propaganda enganosa nos meios de comunicação, afirmando que existem dois professores por sala de aula, que as escolas estão equipadas com computadores e internet, inclusive aos fins-de-semana para a comunidade, que professores receberam até R$ 15 mil de bônus e que, com a promoção da carreira, os professores podem receber até R$ 7 mil de salário.

Que escola é essa, governador? Com certeza, não é a paulista, pois não existem computadores em rede nas escolas, não existem dois professores por sala, nenhum professor recebeu R$ 15 mil e a tal promoção da carreira em 13 anos permite que dos 220 mil profissionais, no máximo 352 professores cheguem ao teto que será de R$ 3.031,06, pois 100% sobre o maior salário não chega a nem perto dos tais R$ 7 mil.

Toda a política estadual, que conta com o apoio do governo federal e consta no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), de avaliar professores por meio de provas, literalmente não prova nada. Os professores estão submetidos a uma jornada estafante, salários defasados, número elevado de alunos por sala. Foram submetidos a trabalhar com material didático inadequado, não têm nenhum curso de formação durante seu tempo de trabalho e são submetidos a provas que contêm conteúdo adverso ao conteúdo trabalhado no cotidiano, pois entre a teoria das cadeiras universitárias e a prática das salas de aula existe um abismo imenso.

Não existe nenhum mérito em habilitar ou não um profissional apenas por sua nota em uma prova, que não houve tempo suficiente para ser feita e com conteúdo inadequado. Essa política de provas tem como objetivo apenas responsabilizar os professores que, na verdade, são vítimas de políticas irresponsáveis de sucessivos governos.

A greve dos professores estaduais de São Paulo é uma greve em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade para todos. É uma greve pelo direito de nossos alunos aprenderem. É uma greve para recompor nossos salários, por emprego e melhores condições de trabalho. Se a escola pública ainda não foi destruída, é por causa da coragem dos professores de resistir aos governos e a suas políticas educacionais medíocres.


*João Zafalão é secretário de Política Sindical da Apeoesp e membro da Oposição Alternativa – Conlutas

MOVIMENTO

NA PARAÍBA A GREVE CONTINUA CADA VEZ MAIS FORTE
Lissandro Saraiva.(Tanque)
Comando de greve estadual-SINTEP

Segunda-feira dia 22 aconteceram as assembléias regionais nas doze regionais de ensino, todas votaram pela continuidade da greve, cinco regionais ocuparam as respectivas gerencias regionais de ensino sendo que em Campina Grande os professores ficaram por 24 horas só saindo do prédio na terça-feira, em outras duas só não aconteceram as ocupações por que os prédios estavam fechados.

Na assembléia geral de quarta-feira dia 24 foi votada a continuidade da greve já que o governador não sinalizava com nenhuma proposta nova e também não atendia o comando de greve, após a assembléia os trabalhadores e trabalhadoras saíram em passeata pelas ruas da capital e se encaminharam até a assembléia legislativa, ao chegarem lá cerca de 300 professores ocuparam as galerias e também o plenário da assembléia exigindo que os deputados pressionassem o governo a negociar, os professores informaram aos deputados que estavam ocupando a casa e que só sairiam após a negociação com o governador.

Imediatamente os deputados mudaram a pauta e transformaram a sessão em sessão especial para debater o problema da educação no estado, que está em greve a mais de 3 semanas(desde 26 de fevereiro) tendo cerca de 400 mil alunos sem aula, 1024 escolas paralisadas e cerca de 22mil trabalhadores em greve. O líder do governo na assembléia conseguiu agendar com o governador uma audiência para amanhã, sexta-feira dia 26 às 7 horas da manhã, foi formada uma comissão de deputados que irá junto com o comando de greve tentar negociar uma solução para o fim da greve. Diante do acordado foi instalada uma nova assembléia e os trabalhadores decidiram desocupar a assembléia e dar um voto de confiança ao governo Maranhão na expectativa de que na sexta-feira nossas reivindicações sejam atendidas.

A população paraibana está prejudicada com a greve, mas se sente solidária a luta dos trabalhadores, na quinta-feira dia 18, aconteceu uma reunião com a comunidade de Mangabeira juntamente com os professores e diretores das cinco maiores escolas do bairro para discutir os rumos da greve, foi aprovado o apoio a greve e na terça-feira dia 23 aconteceu uma manifestação nas principal rua de mangabeira puxada pela comunidade e com a participação dos professores em apoio a greve, o governo aposta no desgaste da greve mas ela continua forte ainda com mais de 80% das escolas paralisada e a população mesmo se sentindo prejudicada apóia o movimento.

sábado, 13 de março de 2010

VITÓRIA NO LICEU CONTRA O SECRETÁRIO DITADOR!

Olá, companheirada da gente!
Não dá para não dizer,
Leia, publique, passe à frente.
O resto agora é comigo e com você.
NÓS!
Já se encontra em nossas mãos liminar concedida pelo Dr. Oton Lustosa garantindo, em primeiro momento, a permanencia de todos os professores do Liceu no seu devido lugar. Remoção somente se motivada. Agora os que sairam já podem voltar. Os que ficaram não sairão mais. A menos que não queiram. Infelizmente a debandada foi grande. Mas nossa luta, que continua, foi e está boa. Não para por aqui.

Segunda feira, dia quinze, realizaremos ato público, onde leremos a liminár para todos e para todas, comemoraremos com luta as várias vitorias obtidas até agora e tiraremos os próximos encaminhamentos.

QUE TAL VOCÊ PASSAR A MANHÃ CONOSCO?
Abraços!
Elvécio.

Lei do piso está virando embromação


            Desde que a famigerada lei do piso (11.738/08) começou a ser implantada, Lula e Wellington prometeram melhorar o nível de vida dos trabalhadores/as em educação, em meio a avalanche da crise que sacudiu o mundo em 2008. Por isso, a lei do piso de R$ 950,00, para carga horária de 40h (valor irrisório), criou uma enorme expectativa, motivada por uma propaganda massiva que difundia a lei como uma “enorme” conquista dos professores/as.
            Dois anos depois, constata-se que esses governos não cumpriram a lei que eles mesmos sancionaram, jogando o peso da crise, que dizem não mais existir, nas costas dos trabalhadores/as.
            Para comprovar o descaso destes governos, o Brasil foi jogado para a 88ª posição no Índice de Desenvolvimento Educacional (IDE) da UNESCO, ficando atrás do Paraguai, Bolívia e Equador, fato que comprova a impossibilidade de melhorar a educação pública sem ter uma política voltada para mudar a precária situação dos profissionais da educação.
           Dados recentes indicam que a média salarial docente no ensino básico brasileiro é de dois salários mínimos e que cerca de 80% dos profissionais têm a educação como única fonte de renda. Realidade como essa é que leva o Piauí a ser citado no Ranking do MEC como o terceiro pior salário entre os estados. Tudo bem diferente da propaganda dos governos petistas recheadas de mentiras quanto à valorização salarial dos trabalhadores em educação. Precisamos mudar essa situação!

Mudanças à revelia. A lei do piso está virando embromação
O governo Lula armou uma arapuca quando mudou a forma de reajuste do piso do valor aluno/ano para o índice do INPC - Indíce Nacional de Preços ao Consumidor, baseado na inflação (reajustado de R$ 950,00 para R$ 1.024,67), o que aumenta a defasagem do valor real do piso, fato que comprova que a lei está virando mesmo uma embromação. O secretário Antônio José, de forma ditatorial, implantou toda a política do piso sem negociação com a categoria, sendo que no Piauí a situação quase não teve avanços significativos, pois o valor do piso ficou atrelado aos aumentos do salário mínimo, enquanto que algumas vantagens como a regência de classe foi sendo desvalorizada e as perdas salariais (47%) sendo jogadas para debaixo do tapete.

Pela implantação da lei 11738, rumo ao piso do DIEESE!
        Exigimos que seja cumprida imediatamente a lei do Piso que o próprio Lula sancionou com o valor de R$ 1.312,85 no vencimento básico e acreditamos que com mobilização arrancaremos desse governo, inimigo do professor, o piso do DIEESE, aproximadamente de R$ 2.000,00, o que exigirá da direção do SINTE abandonar a defesa do Karnak e levantar em alto e bom som as reivindicações da categoria.

Direção do SINTE recua vergonhosamente
HORA DA GREVE!
            Desde o ano passado que a categoria espera negociar com o governo petista a implantação de um salário baseado na lei do piso.  Todos já sabem que os governos não vinham cumprindo a lei e distorcem o reajuste desde 2009. Wellington e Antônio José menosprezam as reivindicações da categoria enrolando professores/as e funcionários/as a todo momento, pois as pautas não são negociadas e quando são concedem o mínimo e o resto cai no esquecimento.
            A direção do SINTE, atualmente controlada por Odenir, Núbia e Manoel Rodrigues, sempre prontos a confundir e amedrontar a categoria, conduzem o movimento para a derrota. As reivindicações vêm sendo menosprezadas desde maio de 2009, mas a direção do SINTE adiou por várias vezes a deflagração da greve. Em junho, essa direção passou por cima de uma votação de quase 300 trabalhadores/as não encaminhando a paralisação por tempo indeterminado aprovada pela assembleia.
            Essa postura antidemocrática tem gerado um sentimento de indignação na base, principalmente porque percebem as manobras da direção do SINTE para evitar que qualquer processo de luta sério seja implementado. Neste momento, uma greve arranharia a imagem da candidatura de Antônio José ao governo do Estado, colocando a verdade sobre sua política educacional. Por essa razão, Odenir, na assembleia geral do dia 05/02, colocou-se contrária à suspensão do início das aulas em 2010, assumindo uma posição clara em favor do governo.
            A realidade e os graves problemas existentes colocam a greve na ordem do dia como único elemento capaz de forçar a negociação e mostrar que a educação no governo de Wellington Dias não se diferencia muito das administrações do DEM e PSDB. A greve poderá arrancar uma conquista, a exemplo do que aconteceu na maioria dos estados no ano passado, que, diferente do Piauí, conseguiram aumentos que superaram a política do piso governista. Resta à direção do SINTE ser mais categoria e menos governo. É hora da greve!
Solidariedade ao Haiti!
Fora as tropas de ocupação!
            Têm sido trágicos os efeitos do terremoto no Haiti. Por conta disso, falta viveres e água e as pessoas tornaram-se um bando de refugiados. O dinheiro que está sendo enviado pelos governos (15 milhões do Brasil) está sendo desviado por ONGs e autoridades locais, não chegando aos trabalhadores/ras haitianos.  A população está abandonada, pois as tropas da ONU encerraram os resgates antes mesmo de retirar todos os sobreviventes dos escombros. O povo é quem ajuda o próprio povo. Por isso, a Conlutas, em conjunto com outras entidades, está arrecadando fundos e enviando direto para o Batay Ouvriye (Central Sindical) para que sejam comprados alimentos, água e supridas as necessidades imediatas do povo. Mas fazemos uma campanha de solidariedade de classe com o Haiti, bem diferente da farsa humanitária encenada por empresas, governos e a mídia. O Haiti precisa de médicos e suprimentos e não de exércitos armados para reprimir o povo que luta por comida.Contribua!

Coordenação Haiti,


Banco do Brasil,


Agência 4223-4, Conta 8844-7


 ou na caixinha de coleta.

S.O.S IAPEP
            As dificuldades enfrentadas pelo IAPEP podem ter origem nos desvios do dinheiro do órgão, que enfrenta déficit mensal de R$ 2 milhões desde 2009, mesmo o governo tendo aumentado abusivamente os descontos do IAPEP-Saúde e PLAMTA. Os desvios podem ter finalidades diversas como, por exemplo, campanhas eleitorais e benefícios pessoais. A situação é gravíssima e exige ações concretas da direção do SINTE no sentido de solucionar o problema e fazer com que os culpados pelo desmantelamento do órgão sejam punidos. Do contrário, os trabalhadores/as continuarão sofrendo humilhações na porta das clínicas particulares e em alguns casos pagando com a própria vida.
Revitalização do IAPEP e do PLAMTA! Cadeia para os corruptos! Auditoria já!

              Piorando o PCCS cada vez mais!
No apagar das luzes de 2009, um projeto que teve como autor o dep. João de Deus foi aprovado a toque de caixa na Assembleia Legislativa, terminando de piorar a carreira docente. Os níveis de todas as classes (Lei 71/06) foram fundidos (exemplo ao lado) passando estes a terem a mesma faixa salarial. Ao fundir os níveis, o secretário e o governo comprimiram os salários para baixo. Isso combinado com a falta de um percentual fixo entre os níveis torna o PCCS pior ainda. Tudo acontecendo sem negociação com a categoria. A direção do SINTE se fez de cega e surda aceitando o triste fim da proposta de reformulação da carreira conforme exigia a resolução 02/2009 do CNE/MEC.

Leis e normas sobre a carreira vêm sendo instituídas pelos governos, entretanto, estes  há muito estão destruindo nossas conquistas, a exemplo do atual PCCS que tem uma carreira estanque.